quarta-feira, 3 de agosto de 2016

SOBRE ADERIR OU NÃO ADERIR A GREVE, ensaio de uma opinião



SOBRE ADERIR OU NÃO ADERIR A GREVE, ensaio de uma opinião

"Só existe um bem, o conhecimento; e um único mal, a ignorância" (Sócrates)


É direito de todos, de fato, aderir ou não a greve,  é um direito universal aos membros da categoria. Por outro lado,  a opinião manifesta se torna, também,  livre, doa a quem doer.

Durante muito tempo, para não dizer sempre,  os professores são tidos como formadores de opinião e fomentadores da criticidade, agentes do conhecimento. Mas, com sinceridade,  tenho os contemplado como uma classe passiva, desinformada e covarde, na maior parte das vezes, com raríssimas exceções. Éramos para ser a classe melhor esclarecida da sociedade, mas se isso for de fato verdade tais qualidades não são exercidas,  pelo menos não como deveria ser. Por essas razões somos tão atacados pela Revista Veja, uma das inimigas mais vorazes do povo brasileiro, que ovaciona uma elite burra e filisteia, isto é,  ávida apenas por consumo e mesquinhez.

Os governos, municipais ou estaduais,  bem como o federal, sempre encararam a Educação como despesa, jamais como investimento,  o que se traduz em péssimas condições de trabalho, insalubridade, humilhações, assédio moral contínuo e desprestígio da prática docente. Mas não seria, também,  tudo isso, resultado de tamanha submissão, medo e covardia, pra não dizer patetismo e demência em muitos casos?

De minha parte,  apoio a greve, por compreender que tão pouco tem sido feito, ao longo da história brasileira,  em nome de uma profunda reforma na estrutura da Educação; por nunca ter havido valorização significativa em relação a importância sine qua non do professor, nas mais diversas perspectivas, tanto  financeiras quanto profissionais, uma vez que nenhuma profissão pode existir sem mestres e que nenhuma sociedade prosperou a não ser por via do conhecimento,  isto é,  através da Educação. 

Logo, estou ao lado das lutas, de nossa categoria, em prol de uma escola que de fato atenda as necessidades de nossos alunos.

Que me desculpem os covardes,  ignorantes ou passivos, membros de uma “maioria silenciosa” conformada com derrotas e migalhas, que em nada contribuem, pois é exatamente aquele que cala que serve ao poder, garantindo assim o continuísmo das mazelas e desgraças.

Eis aí,  portanto,  a minha opinião,  pois eu poderia ter sido qualquer coisa,  mas decidi ser professor e, assim sendo, defenderei até o fim essa causa, que dentre todas é a mais justa.

Marco Rodrigues – PROFESSOR da rede de Paço Lumiar,  filósofo, tradutor e escritor.


Apoio: SEDUP/PL

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