SOBRE
ADERIR OU NÃO ADERIR A GREVE, ensaio de uma opinião
"Só existe um bem, o
conhecimento; e um único mal, a ignorância" (Sócrates)
É
direito de todos, de fato, aderir ou não a greve, é um direito universal
aos membros da categoria. Por outro lado, a opinião manifesta se
torna, também, livre, doa a quem doer.
Durante
muito tempo, para não dizer sempre, os professores são tidos como
formadores de opinião e fomentadores da criticidade, agentes do conhecimento.
Mas, com sinceridade, tenho os contemplado como uma classe passiva,
desinformada e covarde, na maior parte das vezes, com raríssimas exceções.
Éramos para ser a classe melhor esclarecida da sociedade, mas se isso for de
fato verdade tais qualidades não são exercidas, pelo menos não como
deveria ser. Por essas razões somos tão atacados pela Revista Veja, uma das inimigas mais vorazes do povo brasileiro, que
ovaciona uma elite burra e filisteia, isto é, ávida apenas por consumo e
mesquinhez.
Os
governos, municipais ou estaduais, bem como o federal, sempre encararam a
Educação como despesa, jamais como investimento, o que se traduz em
péssimas condições de trabalho, insalubridade, humilhações, assédio moral
contínuo e desprestígio da prática docente. Mas não seria, também, tudo
isso, resultado de tamanha submissão, medo e covardia, pra não dizer patetismo
e demência em muitos casos?
De
minha parte, apoio a greve, por compreender que tão pouco tem sido feito,
ao longo da história brasileira, em nome de uma profunda reforma na
estrutura da Educação; por nunca ter havido valorização significativa em
relação a importância sine qua non do
professor, nas mais diversas perspectivas, tanto financeiras quanto
profissionais, uma vez que nenhuma profissão pode existir sem mestres e que
nenhuma sociedade prosperou a não ser por via do conhecimento, isto
é, através da Educação.
Logo,
estou ao lado das lutas, de nossa categoria, em prol de uma escola que de fato
atenda as necessidades de nossos alunos.
Que
me desculpem os covardes, ignorantes ou passivos, membros de uma “maioria
silenciosa” conformada com derrotas e migalhas, que em nada contribuem, pois é
exatamente aquele que cala que serve ao poder, garantindo assim o continuísmo
das mazelas e desgraças.
Eis
aí, portanto, a minha opinião, pois eu poderia ter sido
qualquer coisa, mas decidi ser professor e, assim sendo, defenderei até o
fim essa causa, que dentre todas é a mais justa.
Marco Rodrigues –
PROFESSOR da rede de Paço Lumiar, filósofo, tradutor e escritor.
Apoio: SEDUP/PL
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